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Por Gabriel dos Santos Birkhann
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| Foto Pessoal. |
O historiador João Pinto Furtado em "O Manto de Penélope: história, mito e memória da Inconfidência Mineira de 1788-9" (São Paulo: Companhia das Letras, 328 p.) faz um confronto entre a História e Historiografia, o Mito e Verdade a respeito da sedição que ficou conhecida pela História como "A Inconfidência Mineira".
Revisitando os Autos da Devassa, a mais importante série de documentos do período, o autor propõe uma nova leitura desse processo de revolta (ou de reforma, conforme o autor deixa claro ao longo do livro) nas Gerais.
Confrontando teses consagradas de historiadores renomados como Kenneth Maxwell e Márcio Jardim, Furtado rediscute basicamente tudo o que já foi proposto e discutido a respeito do tema, apoiando-se não só nos documentos da Devassa, mas também em trechos de obras clássicas (sobretudo as de Montesquieu )e em depoimentos, falas.
Desconstruindo teses correntes, e em certas medidas já ultrapassadas, o historiador João Pinto Furtado consegue fazer uma análise acurada de todo o processo de construção do Movimento Mineiro e da "versão do mesmo" para a História, e também uma análise certeira do modo usado pelos demais historiadores para estudá-lo.
O título, sugestivo aliás, remete-nos à História de Penélope, que durante a espera pelo retorno de seu marido Ulisses, desmanchava e voltava a tecer seu manto, para enganar os seus pretendentes, e tal como ela, o historiador João Pinto Furtado desfiou vários dados e fatos, sem a pretensão de obscurecer nenhum acontecimento, pelo contrário, mas sim com a missão de esclarecê-lo.
"O Manto de Penélope: história, mito e memória da Inconfidência Mineira de 1788-9" é um bom livro não apenas para historiadores, mas sim para o público em geral, ainda que o livro desfie algumas considerações que um leigo não tão afeito só entenderá com um pouco mais de conhecimento do tema.
REFERÊNCIAS:
FURTADO, João Pinto. O Manto de Penélope: história, mito e memória da Inconfidência Mineira de 1788-9. São Paulo: Companhia das Letras, 328 p.
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